Treinamento de Status - Senju Aya

Relembrando a primeira mensagem :

Chegou ao campo de treinamento alguns minutos depois, olhou para cima apreciando o céu azul cheio de nuvens.
Aya – “Ah, até que um cochilo ao ar livre não seria nada mal.”
?? – “Ainda com sono, Aya, sério, eu não sei como você dorme tanto e ainda assim está sempre cansada.”
Aya vira a cabeça seguindo a voz que vem de sua direita e sorri ao ver quem estava ali, deitado na grama de olhos fechados estava um dos garotos de seu Clã.
Aya – “Já percebeu que é o sujo falando do mal lavado, Matsu ?”
Matsu – “O que eu posso dizer, um cara como eu precisa de cochilos rejuvenescedores durante o dia, minha mente precisa de descanso.”
Aya fixou o olhar no garoto, já fazia alguns anos que estava em Konoha e Matsu foi a primeira pessoa do seu Clã para quem seu pai a apresentou, no início não gostou dele, ele falava demais e tinha a mania de se meter onde não era chamado, mas não podia negar que, depois de tanto tempo acabara se acostumando a ele.
Muitas vezes isso a fez se perguntar se essa vingança contra os Uchihas valeria a pena, ela causaria uma dor sem igual para todos que a conheciam e eles com certeza não entenderiam o por que de ela fazer essa escolha, mas, todas as vezes que via um Uchiha ela se lembrava do cheiro de carne queimada, da fumaça ardendo seus olhos e pulmões, da dor horrenda que foi chegar em casa e ver tudo queimando, de sua mãe que nunca mais sorriria para ela lembrando-a do quanto ela é especial, do seu irmãozinho, Jun, sentado aos pés de uma árvore desenhando enquanto ela treinava, tantas vidas, sonhos, história tirados a força.
Não, ela não desistiria, nunca, alguns sacrifícios são necessários nessa vida, e ela pagaria o preço que fosse para ver a ruina dos Uchiha.
Matsu – “Sabe, você fica realmente assustadora perdida em pensamentos desse jeito.”
Matsu se levanta e caminha em direção a Aya.
Matsu – “Já que está aqui, o que acha de treinar comigo, estou precisando praticar uns golpes novos.”
Aya encara o garoto e solta um suspiro, algo lhe dizia que o dia seria longo hoje, e ela só queria sua cama.
Aya – “Claro, vamos lá.”
Aya se afasta do garoto e espera que ele faça o primeiro movimento, o que não demora muito.
Logo o primeiro chute vem, ela defende com o braço segurando a perna no processo, se abaixa um pouco e aplica uma rasteira no garoto derrubando-o.
Aya – “Já te disse para não ficar tão aberto quando chuta, seja rápido e tenha sempre em mente o movimento do inimigo, use seus braços para darem apoio e enquanto o inimigo se abaixar direcione a outra perna para a cabeça dele. Vamos treinar esse movimento novamente, faça do jeito que te disse.”
Matsu – “Sim, senhora.”
Matsu avança novamente com um chute lateral, Aya segura sua perna e se abaixa para lhe dar uma rasteira, Matsu se abaixa, apoia o peso em seus braços e chuta a outra perna, acertando a lateral do corpo da garota que conseguiu se levantar rapidamente.
Aya – “Muito bem, Matsu.”
Matsu sorri e avança para Aya, eles passam algum tempo trocando golpes e explorando as aberturas um do outro.
Matsu então pede um tempo, já cansado, Aya respirava forte, estava com dor em alguns lugares mas ainda era capaz de continuar se ele estivesse em condições mas seu pai interrompe o treino.
Yasuzo – “Matsu, seu pai precisa de você e Aya, você tem uma nova missão. Me encontre no portão principal em 30 minutos.
Matsu – “Te espero amanhã no mesmo horário, Aya, adeus.”
Matsu e seu pai se retiram, Aya se estica e caminha em direção a sua casa para se preparar para sua missão soltando um suspiro.
Aya – “Sério, esse velhote não me dá descanso.”

A jovem Senju se levantou mais cedo que o normal, após se arrumar e tomar seu café pegou seus equipamentos e saiu, seu pai ainda dormia e uma grossa neblina obstruía a visão da jovem do lado de fora, estava mais frio que o normal e sua única vontade era voltar para sua cama mas havia prometido a Nana que a buscaria bem cedo para treinar hoje. A jovem caminhou com as mãos no bolso da calça em direção a casa de Nana, ao chegar no local viu a jovem garota sentada na varanda já pronta, ao ver a Senju ela correu em sua direção e a abraçou, Aya a recebeu de braços abertos, as duas se encaminharam para o campo de treinamento, ao chegar no local colocaram seus equipamentos no chão e iniciaram seu treino, Aya resolveu ensinar um pouco de Taijutsu para a garota já que esse seria um de seus focos, iniciaram a luta, sequências de golpes eram distribuídas, Nana era considerada um gênio, mesmo em idade tão baixa ela era extremamente inteligência, tudo que lhe faltava era lapidar essa inteligência para ser usada em batalha, Aya não se surpreenderia se ela se tornasse conselheira de um Kage um dia, após algumas horas de treino as duas deram um tempo para descansar.

As duas garotas se levantaram decididas a dar continuidade ao treino.
- Hey, Aya senpai, essa espada é nova né ? – perguntou a garota olhando curiosa para a peça a sua frente. Aya ainda não havia mostrado para a jovem então a pegou e a sacou da bainha.
- É sim, eu a ganhei no reino das fadas, quer ver o que ela faz ? – perguntou a jovem.
- Sim! – respondeu a garotinha.
Aya soltou uma risada diante da animação da garota e se levantou com a espada em sua mãos, suas corrente tiniam quando batiam contra o metal da espada, a jovem olhava fascinada a lamina negra, Aya então disse um comando e a espada se separou em cerca de 200 shurikens rotativas, Nana olhou surpresa para as shurikens, em seguida elas se juntaram formando a espada novamente, com outro comando a espada se expandiu e retraiu de acordo com a vontade da usuária, em seguida Aya a soltou e a movimentou com comandos mentais, após mostrar para Nana a guardou em sua bainha novamente. A garota olhava fascinada a espada. Aya havia assumido a responsabilidade de treinar a garota, e um dia, essa espada lhe pertenceria, não tinha duvidas quanto a isso.

Uma fina neblina cobria a vila da folha naquele dia, a jovem Senju se encontrava na varanda enrolada em uma coberta e com um xícara de café nas mãos, dias frios eram os melhores na opinião da jovem. Seu pai se aproximou sem que a jovem percebesse e se sentou ao lado dela, os dois estavam em silencio tomando seus cafés, ambos gostavam de dias frios e sempre se sentavam na varanda para ver o sol nascer.
- Como foi sua ultima missão, a com o jovem Uchiha ? – perguntou o Nara mais velho, a jovem ainda não havia falado com ele sobre o acontecido, mas ele sabia que tinha algo errado desde que a jovem chegou.
- Nós capturamos um homem que estava controlando a vila da grama, ele tinha uma KG bem interessante, Meiton, conhece ? – perguntou a jovem Senju.
- Sim, já ouvi falar sobre ela, dizem ser bem forte. – respondeu o Nara olhando o céu.
- Bem forte seria apelido, mas enfim, acredito que você já tenha sido informado sobre as descobertas da missão, pais do caos, possível guerra ... – disse Aya olhando para seu pai.
- Infelizmente sim. – respondeu o Nara suspirando, ambos ficaram em silencio por algum tempo somente olhando o céu.

Aya soltou um suspiro e quebrou o silencio, sabia que seu pai não lhe pressionaria sobre o assunto, mas era justo que ele soubesse o que ela tinha descoberto.
- Eu encontrei uma mulher durante a missão, Theresa, ela apareceu para mim querendo que eu me juntasse a ela em um reino de igualdades, eu teria uma real liberdade e em troca ajudaria eles na questão de pesquisas das células do Hashirama, eu obviamente neguei e ela prometeu voltar, Otou-san, eu nunca vi alguém tão forte como ela até hoje, acredito que ela tenha a habilidade de se teletransportar, de qualquer forma, quando voltei da missão falei com o Hokage, ele me contou que o Uchiha que vi naquele dia é o líder do Clã, o kage tentou trazer nossa comunidade para a vila, mas se negaram a vir e o Uchiha ficou um ultimo dia por perto, de acordo com Tensai, o líder do clã viu aquela mulher, ela dizimou todo meu clã, por sorte deixou que o Uchiha saísse vivo, ela claramente procurava a mim, talvez se eu não tivesse nascido com esse poder, as coisas seriam diferentes hoje. – disse a jovem olhando para o seu, um silencio seguiu a declaração da jovem.

Após algum tempo o Nara quebrou o silencio.
- A culpa não foi sua, então não faça isso, não se culpe por uma coisa a qual você não tem controle, considerando a situação atual, você já parou para pensar que talvez as coisas fossem para ser assim, você será uma força extremamente necessária para proteger a vila, não se esqueça disso. – disse o Nara mais velho.
- Eu tenho que ir agora vou ficar fora alguns dias, tenho uma missão na vila da areia, não pense tanto nisso, nós Naras, temos o costume de remoer demais as coisas, não faça isso consigo mesma. – disse o homem bagunçando os cabelos de sua filha ao sair.
A jovem soltou um suspiro e ficou mais algum tempo olhando a paisagem a sua frente, as coisas estavam loucas e sua mente divagava sobre muitas coisas, principalmente a atual situação do mundo shinobi, mesmo sabendo que as coisas ficariam perigosas, principalmente depois de conhecer Ryu e Theresa, ela tinha esperanças de que no fim tudo desse certo, tinha pessoas importantes na vila e tinha medo que com o estouro de uma nova guerra elas fossem sacrificadas. A jovem se levantou e entrou em sua casa, iria ver Nana hoje e precisava se arrumar.

A jovem Senju chegou a casa de seus tios e adentrou a mesma, uma grande agitação era vista dentro da casa, sorrindo a jovem entrou no local.
- Bom dia, vejo que vocês estão a todo vapor hoje como sempre. – disse a Aya vendo seus tios e primos andando para lá e para cá e falando todos ao mesmo tempo.
- AYAAA!! – gritou Nana correndo em direção a Senju com um pão na boca.
- Nana, sente e termine seu café agora. Aya, querida, venha, sente-se e tome café com a gente.– disse a Nara mais velha, mãe da garota, uma mulher bonita e de aspecto sereno, seus olhos eram perolados, como o de todos Hyuugas, ela era uma das Kunoichis mais forte de sua geração, e mesmo se dedicando a família ela ainda saia em missões, Aya a admirava muito. A jovem sentou-se ao lado de Nana e se aceitou a xícara de café que sua tia lhe ofereceu. Após o café Aya se despediu de seus tios e Matsu e levou Nana para um passeio, passaram o dia todo na rua e ao fim da noite Aya levou a jovem para casa, se despediu de todos e retornou para sua casa.